Fortez Contabilidade

Reembolso de Despesas de Sócios: Como Funciona e Como Declarar Corretamente

Reembolso de Despesas de Sócios: Como Funciona e Como Declarar Corretamente

Em muitas empresas, é comum que os sócios realizem pagamentos em nome da empresa — seja em viagens, almoços com clientes, deslocamentos ou até aquisição de materiais. Porém, o reembolso dessas despesas precisa ser feito de forma correta para evitar problemas fiscais, distorções contábeis e autuações pela Receita Federal.

Neste artigo, você vai entender como funciona o reembolso de despesas de sócios, quais cuidados tomar e como registrar corretamente essas movimentações no financeiro e na contabilidade da empresa.

1. O Que É Reembolso de Despesas de Sócios?

É o restituição de valores pagos pelo sócio com recursos próprios, mas que foram gastos para fins da empresa.

Exemplos comuns:

  • Viagens e hospedagens a trabalho

  • Combustível e transporte

  • Refeições com clientes

  • Compra de materiais ou equipamentos urgentes

  • Taxas ou pagamentos operacionais

Essas despesas devem ser reembolsadas com comprovação e justificativa, pois o sócio não deve ser onerado por custos da atividade empresarial.

2. Regras e Boas Práticas para o Reembolso

Para que o reembolso seja aceito legalmente e contabilizado de forma correta, é necessário seguir alguns critérios:

Comprovação Documental

  • Apresente nota fiscal ou recibo em nome do fornecedor, mesmo que não esteja no CNPJ da empresa;

  • Registre a data, o valor, o motivo e quem realizou a despesa.

Finalidade Empresarial

  • A despesa precisa estar diretamente ligada à atividade da empresa;

  • Gastos pessoais não devem ser reembolsados, nem misturados às finanças da empresa.

Política de Reembolso

  • Recomenda-se que a empresa tenha uma política interna clara, com regras sobre o que pode ou não ser reembolsado, valores limites, prazos e procedimentos.

Aprovação Formal

  • O ideal é que haja aprovação prévia ou posterior do gestor financeiro, com registro e assinatura em formulário de reembolso ou via sistema.

3. Como Registrar o Reembolso na Contabilidade

A empresa deve lançar o reembolso como despesa operacional, e não como pagamento pessoal ao sócio.

Exemplo de lançamento contábil:

  • Débito: Despesa correspondente (ex: despesas com viagem)

  • Crédito: Conta a pagar ao sócio (ou caixa, caso já reembolsado)

O sócio não precisa emitir nota fiscal, pois o reembolso não é remuneração nem prestação de serviço — trata-se apenas da devolução de um valor que ele adiantou para a empresa.

4. E Se o Sócio Usar Cartão Pessoal para Gastos da Empresa?

É permitido, desde que a despesa tenha finalidade empresarial e esteja documentada.

No entanto, o ideal é que a empresa tenha:

  • Cartão corporativo ou

  • Adiantamentos de valores com prestação de contas posterior.

Isso evita confusões e riscos de descaracterização da despesa, principalmente em fiscalizações.

5. Implicações Fiscais e Riscos de Erros

Se os reembolsos forem feitos sem critério, podem ser confundidos com distribuição disfarçada de lucros ou pagamentos não declarados ao sócio. Isso pode gerar:

  • Multas por falta de retenção de impostos

  • Glosa de despesas dedutíveis no IRPJ

  • Problemas com a Receita Federal e Receita Estadual

Por isso, transparência e registro adequado são fundamentais.

6. O Reembolso Deve Ser Declarado no Imposto de Renda do Sócio?

Não. O reembolso de despesas, quando feito corretamente e com documentação, não é considerado rendimento tributável do sócio. Ele não precisa incluir esse valor na sua declaração de IRPF, desde que seja um reembolso real, com finalidade empresarial e sem acréscimos.

Conclusão

O reembolso de despesas de sócios é uma prática comum e legal, desde que feita com organização, comprovação e clareza. Ele não substitui pró-labore ou distribuição de lucros e deve sempre seguir critérios objetivos e registros contábeis corretos.

Quer estruturar a política de reembolsos da sua empresa ou revisar a forma como eles são lançados na contabilidade? Fale com nosso time contábil e evite riscos com o Fisco. Segurança, economia e controle caminham juntos na gestão eficiente.

Compartilhe:

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn